
Quando eu tinha mais ou menos uns 11 ou 12 anos de idade fui passar as férias na casa de um tio. Como a casa dele estava de reforma todos dormiam na parte de cima da casa. Eu ( o humilhado), fui dormir na parte em construção embaixo mesmo. Só que a casa estava pegando fogo e, devido o calor intenso não me cobri com o lençol. Acabei virando a janta das muriçocas. Depois de meia hora elas (as muriçocas) já sabiam até meu nome. - ALDEBARAAAAANNNNNNNNN!
Não aguentei. Subi as escadas e fui bater na porta do quarto do meu tio.
-Tio Arnóbio, pelo amor de Deus me arruma um ventilador pois estou derretendo naquela masmorra lá embaixo.
-Espera que eu vou buscar um que está guardado na despensa. Disse meu tio com cara de riso.
Desci e fui lá pro quarto do pânico esperar o ventilador. Ah! Ia esquecendo. Estava deitado numa rede daquelas de capturar veado (que ironia né?) porque não havia uma corda pra deixá-la mais baixa. Eu tinha que dar um pulo pra entrar na rede.
Meu tio então chegou com um objeto de ferro, de aparência sombria e assustadora. - Nossa! Isso é um ventilador? Perguntei aflito.
- É o único que tem. Falou meu tio com uma cara de VAI DORMIR E NÃO ENCHE MEU SACO!
Pronto. meu tio ligou o bicho lá na tomada que ficava perto da porta de saída do quarto. Depois de ligado o tal ventilador que não tinha nem proteção, só emitia um som tenebroso:
huuuuuuummmmmmmmmmmm...
- Vai já rodar. Ele disse quase rindo da minha cara. - Fica aí deitado que ele já pega.
Vinte e três minutos depois aquele monstro começou a mexer as cansadas hélices enferrujadas:
nhong, nhong, nhong, nhong,nhong, non, non, non, non, non,Óhnnnnnnnnn...
Finalmente as hélices rodaram. Pulei da rede, fui até o interruptor. Desliguei a luz.
Foi quando ouvi um barulho estrondoso. Algo parecido com hélices assassinas, saltando de um ventilador e vindo em minha direção. Gente! Eu creio que o filme MATRIX foi inspirado no que eu fiz no escuro.
non, non, non, non, non, non, non, non, non
As hélices assassinas passaram por mim. quase me rasgaram e bateram de frente com a instante cheia de livros empueirados que foi ao chão. Todos desceram correndo as escadas pra ver o que tinha acontecido. Lá estava eu, deitado no escuro. Meu tio perguntou:
- Você está bem?
Eu sorridente respondi:
- Vai te lasc....